Com as mãos
abro as portas do tempo
e descubro:
o meu quarto,
pela cor, pelo cheiro
e pelo meu edredom.
Onde trago, costurada,
uma miçanga dourada
que resolvi bordar,
só para marcar:
o dia em que sangrei,
pela primeira vez,
( tempo em que fiquei moçinha )...
E ali, na bainha,
resolvi fazer um caseado
pra ficar registrado:
o meu primeiro beijo.
E no avesso do meu edredom,
bem perto onde se põe o travesseiro:
costurei um botão.
Desta vez, para me lembrar
que como mulher, terei uma luta maior pela frente:
Em Todos os Sentidos!
Sei disso, desde que sou gente...
Mas o botão, ficou ali costurado de propósito:
com linha Corrente
Só mesmo para que me lembre,
pois pode ser...
Que eu ali me deite e sonhe...
Um comentário:
Amiga linda, poeta suave, pessoa singular. Eu não consigo deixar de me emocionar com seu sorriso, seu abraço, seu carinho e principalmente quando leio cada palavra, de qualquer trabalho literário seu. É emocionante como nos conta, "uma história", através da poesia. Eu as leio como se lesse um livro, como se escutasse historias ou como se estivéssemos conversando.
Não sabia desse espaço lindo. Mas não me admiro que não saia por aí contando. Você nunca quis falar do seu talento, pois sabe que o coração da gente segue corações cheios de luz como o seu. Amo tudo que escreve. Obrigada por fazer o mundo ainda melhor quando divide conosco, “amor”, seja lá de que forma for. Um beijinho. Rosagil.
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